Olá! No post passado você conheceu um pouco mais sobre nosso jeito sustentável de ser, a fórmula marajoara, que se tornou possível graças aos valorosos parceiros que estão nessa caminhada. E foi assim que neste ano, em 2021, foi colocado em prática um novo modo de produzir em que parte dos lucros gerados pela venda do tabaco Marajó são revertidos para financiar a produção de alimentos sem agrotóxicos no território do Vale do Rio Pardo (RS)
Um projeto que se viabiliza de forma democrática e participativa através de uma governança multi-entidades criada em 2020, chamada Rede Sul de Transição Agroecológica, onde criamos conjuntamente soluções inovadoras e renovamos uma agenda de fortalecimento da Agricultura Familiar Camponesa e de promoção da Agroecologia, buscando unir Campo e Cidade nessa pauta de uma sustentabilidade crítica, necessária e tão urgente para a humanidade nos dias atuais.
Fotos da unidade produtiva de Celírio da Silva (em destaque na foto) e Salete de Andrade e Silva. O registro foi realizado pelo agrônomo Evandro Lucas, na comunidade de Água Fria, no município de Sinimbu (RS)
Desta forma, temos como parceiros da Rede Sul, entidades que vão assumindo espaços importantes na condução do nosso Projeto de Transição Agroecológica na Fumicultura, como a Marajó com sede em São Paulo/SP, a AAVRP - Articulação em Agroecologia do Vale do Rio Pardo/RS, a Cooperfumos - Cooperativa Mista dos Fumicultores do Brasil, com sede em Santa Cruz do Sul/RS e o Bacharelado em Agroecologia UERGS/AGEFA, unindo assim, financiamento, assistência técnica, produção, comercialização e consumo, de alimentos e tabaco.
Todas as “pontas” do projeto em permanente diálogo, construindo caminhos, para que numa perspectiva agroecológica possamos oferecer à sociedade, alimentos e tabaco, produzidos livres de agrotóxicos e com o menor impacto socioambiental possível
A participação social é o melhor caminho
Com esse objetivos principais, uma série de sujeitos sociais comprometidos com a Agroecologia em todas as suas dimensões, criou a Rede Sul de Transição Agroecológica, numa confluência de forças, preocupadas em aproximar saberes e partilhar boas histórias em torno de uma produção e consumo consciente, seja de tabaco, mas também de alimentos, ambos livres de agrotóxicos.
Um novo modo de produzir significa construir conhecimento, gerar tecnologia e proporcionar a interação das forças internas existentes na sociedade
Nessa perspectiva, a Rede Sul promove ainda encontros formativos e fóruns que colaboram para semear e partilhar os saberes que são gerados dentro do contexto do projeto. São momentos distintos, mas que convergem para o encontro e a socialização do andamento do Projeto em si, bem como são espaços de formação, dado a diversidade dos sujeitos que compõem a governança da Rede Sul. Usamos a metáfora do “afiar das ferramentas” de tempo em tempo, para que possamos estar em constante sintonia, assim, “otimizando a nossa roçada”.
Para conhecer mais sobre nossa trajetória acesse o canal da rede na plataforma do Youtube clicando aqui
Através das ações da rede buscamos valorizar o trabalho em equipe, estimular as potencialidades individuais e reconhecer a contribuição e o protagonismo dos Agricultores/as Familiares/as Camponeses através dos seus saberes, aliados a uma assistência técnica que se baseie na “comunicação” entre técnicos/as e Agricultores/as e numa governança ativa e problematizadora das ações que ela própria delibera.
Conheça nossos parceiros
Abaixo você pode conferir nossos parceiros/as que compõem a Rede Sul:
Agricultores Celírio da Silva e Salete de Andrade e Silva
"Quando fazemos parte do Meio nos colocamos como um ser a mais não como o único a ser beneficiado. O projeto proposto pela Marajó alavanca esse processo de transição agroecológica. A agroecologia compreende tudo isso"
Celírio da Silva: agricultor familiar camponês, morador e líder comunitário da comunidade de Linha Água Fria, interior do município de Sinimbu. É presidente da Associação de Agricultores da Linha Água Fria (Aalaf) e estudante do bacharelado em Agroecologia UERGS/AGEFA.
"Sou Salete de Andrade e Silva, tenho 43 anos e sempre morei no interior, gosto de trabalhar com as plantas e também lidar com os animais, amo a natureza e tudo que há nela, não me vejo trabalhando em outro tipo de trabalho que não seja com a Mãe Terra"
Salete de Andrade e Silva: agricultora familiar camponesa e moradora da comunidade de Linha Água Fria, interior do município de Sinimbu.
"Estar juntos com companheiros/as que comungam de objetivos tão aproximados, na Rede Sul de Transição Agroecológica, já é em si uma alegria imensa, porque isso renova a nossa certeza de que a Agroecologia é uma potência viva de transformação social. E quando essa convergência se desdobra num projeto como o nosso de Transição Agroecológica na Produção de Tabaco, a gente fica mais animado ainda em construir coletivamente essa possibilidade, por meio da nossa Governança que cada vez está mais ativa nessa construção horizontal de uma possibilidade tão concreta, de produção, comercialização e consumo consciente, seja de alimentos ou do próprio tabaco"
João Paulo Reis Costa: É historiador, e professor da área de Ciências Humanas da EFASC - Escola Família Agrícola de Santa Cruz do Sul, também é professor e Vice-Coordenador do Bacharelado em Agroecologia UERGS/AGEFA, e membro da coordenação da AAVRP - Articulação em Agroecologia do Vale do Rio Pardo. Reside na Comunidade de Linha Pinhal, interior de Sinimbu/RS, no Vale do Rio Pardo.
Uma caminhada feita de trocas e partilhas
Toda essa caminhada na formação e consolidação da Rede Sul de Transição Agroecológica, tem por objetivo colaborar para a construção de um meio ambiente equilibrado e de promover maior justiça social, tendo a Agroecologia como vetor principal dessa elaboração coletiva
Quando pensamos em consumo sustentável não estamos falando apenas do comportamento individual das pessoas, mas também da responsabilidade socialmente partilhada das consequências da produção daquilo que se consome. Foi pensando nisso que a Marajó se tornou a primeira empresa do segmento do tabaco de enrolar a estabelecer um circuito produtivo inovador que coloca em conexão o espaço de produção ao espaço de consumo dos grandes centros urbanos.
É nesse entendimento de uma construção coletiva, que o Projeto de Transição Agroecológica na Fumicultura vem sendo construído, diferente da grande maioria dos projetos no setor, que se preocupam apenas com o resultado final do projeto e nos gráficos positivos que este deve gerar. No nosso caso, a caminhada do projeto é de suma importância, pois vai aproximando os entes que o compõem, com suas mais diversas experiências, de acertos e equívocos de outros tempos. Tudo isso “vem pra mesa” e assim, vamos fazendo esse processo de maneira dialogada. Ou seja, no nosso projeto “quem paga a banda, não escolhe a música”, porque todos são importantes no seu decorrer, com direito e dever da palavra.
Continue nos acompanhando para conhecer mais novidades sobre a experiência verdadeira e absolutamente concreta em sustentabilidade da Marajó. Mais que orgânicos, somos agroecológicos.
Prof. Dr. João Paulo Reis Costa É gestor dos saberes agroecológicos na Rede Sul no Projeto de Transição Agroecológica na Fumicultura no Vale do Rio Pardo (RS). É historiador, e professor da área de Ciências Humanas da EFASC - Escola Família Agrícola de Santa Cruz do Sul, também é professor e Vice-Coordenador do Bacharelado em Agroecologia UERGS/AGEFA, e membro da coordenação da AAVRP - Articulação em Agroecologia do Vale do Rio Pardo. Reside na Comunidade de Linha Pinhal, interior de Sinimbu/RS, no Vale do Rio Pardo.
Luís Michel Françoso É integrante da Rede Sul e co-gestor geral no Projeto de Transição Agroecológica na Fumicultura no Vale do Rio Pardo (RS). É membro da equipe de sustentabilidade da Marajó e integrante da AAVRP - Articulação em Agroecologia do Vale do Rio Pardo. É pesquisador e como antropólogo atua no mercado através da aplicação de pesquisa, realização de trabalhos de campo e gestão de projetos.
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